Crítica | 'O Lar das Crianças Peculiares' mantém o estilo sombrio de Tim Burton e promove boas risadas




Por Juliana Benaspin


Tim Burton mais uma vez canta e encanta seus admiradores, porém, para os amantes da literatura, seu novo longa-metragem pode decepcionar. Então, se vocês não sabem diferenciar obras de dois artistas e respeitá-las, o Lar das Crianças Peculiares não é pra você!

No Longa-metragem lançado ontem (29-09-16) nos cinemas brasileiros, encontrei muitas mudanças logo nos dez primeiros minutos de filme. A dica que teríamos mudanças já começa no nome encurtado do livro lançado por Ransom Riggs, O orfanato da Senhorita Peregrine para Crianças Peculiares. 



Tanto no livro quanto no filme acompanhamos a história do jovem Jacob Portman (Asa Butterfield), que após a morte brutal de vovô Abe (Terence Stamp), tenta se recuperar com a ajuda de um psiquiatra. Depois de encontrar um livro que o avô queria lhe entregar, Jake viaja para o País de Gales e hospeda-se na quase inabitável ilha de Cairnholm. Em uma batalha entre o incrível e crível, Jake encontra os peculiares tão amados e idolatrados de vovô Abraham. A senhorita Peregrine (Eva Green), ymbryne, responsável pela fenda daquela região, é atenciosa, amorosa, rígida e guarda muitos segredos (não tantos quanto no livro). Há uma batalha entre “bem” e “mal” que foi explicada bem claramente, entretanto, algumas pontas soltas do livro não permitem uma compreensão plena da extensão de problemas das crianças peculiares e suas ymbrynes. O sr. Barron (Samuel L. Jackson) sequestra a srta. Peregrine para uma segunda tentativa de manipular o tempo e consertar os problemas enfrentados na primeira tentativa. Tendo os etéreos ao seu lado, o jogo parece ganho, contudo, as crianças, lideradas por Jake, vão em busca de sua tutora e com o uso de seus poderes deixam o filme muito mais emocionante. Tão emocionante quanto um filme dos X-Men poderia ser.



A escolha dos atores para as personagens foi muito acertada. Samuel L. Jackson mais uma vez rouba a cena dando vida ao vilão acólito bem humorado e sarcástico. Eva Green capta a essência da tutora Peregrine de maneira sublime, Asa Butterfield dá vida ao jovem bobinho e meio perdido exatamente como imaginava durante a leitura, Enoch (Finlay MacMillan) ganha papel de destaque e surpreende com seus bonecos dignos de doutor Frankenstein. As crianças menores -  Claire, Brownyn e os Gêmeos - conferiram graça e fofura às cenas que seriam de estresse intenso.



A minha maior decepção foi a mudança das peculiaridades das personagens Emma Bloom e Olive Abroholos. Não vi motivos para que essa mudança fosse feita. Além de ignorarem a importância extrema de Millard Nullings (meu peculiar favorito) para o desenrolar da trama no livro. A adição e/ou corte de personagens e mudanças de informações cruciais no livro empobreceram a história do filme. Todavia, Tim Burton mantém sua personalidade sombria e aficionada por olhos e ainda promoveu ótimas risadas.


Ficha Técnica
Título: O Lar das Crianças Peculiares
Dirigido por: Tim Burton
Elenco: Asa Butterfield, Eva Green, Judi Dench, Samuel L. Jackson, Allison Janney, Terence Stamp, Ella Purnell.
Gênero: Aventura, Fantasia
País: Estados Unidos
Lançamento: 29 de setembro de 2016.

Trailer





2 comentários:

  1. Irei assistir hoje de tarde. Não li o livro e portanto estarei livre de ficar fazendo comparações

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  2. Não li o livro e gostei muito. Mas super entendo os problemas dos leitores com adaptações 😏

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