Pokémon: Detetive Pikachu (Crítica)



Por Beto Menezes

Filmes baseados em franquias de videogame não são exatamente uma novidade, mas devido às péssimas recorrências do passado, todos ficamos com um pé atrás sempre que uma nova é anunciada. Foi assim que muitos receberam a notícia de que 1 – a Warner confirma a produção de um filme baseado em Pokémon, uma franquia de games atualmente famosa e em alta com o popular mobile game e 2 – Ryan Reynolds, o Deadpool e mais conhecido por comédias constrangedoras (e algumas bem legais, como A Proposta) faria a voz do mais famoso monstrinho da franquia, e personagem que dá nome ao filme. Pelo menos para mim qualquer incerteza se desfez com o primeiro trailer, e agora ao escrever esta resenha, digo que Detetive Pikachu é uma satisfatória adaptação deste vasto mundo.


O filme possui um clima de investigação muito próprio de longas antigos como Uma Cilada para Roger Rabbit. A investigação é o foco principal, mas tem uma variedade de coisas para te atrair. Em Roger Rabbit eram os inúmeros personagens de vários desenhos animados. Aqui, os monstrinhos da franquia, onde uma das principais diversões é olhar para o fundo (e frequentemente até em primeiro plano) e ver um pokémon que você, fã de longa data da série, adora. O filme mostra o jovem Tim (justice Smith) chegando à Ryme City após receber a notícia do falecimento de seu pai durante uma perigosa investigação. Ao chegar em seu escritório, Tim encontra um Pikachu desmemoriado que garante que seu pai ainda está vivo e o convence a continuar seu trabalho para encontrá-lo. Assim, Tim e Pikachu embarcam nessa perigosa aventura.

O que mais chama a atenção aqui é a criação do mundo. Enquanto muitos filmes de games forçam os personagens à se encaixarem em nosso mundo, o que é impossível dado o aspecto fantástico dos games, Detetive Pikachu acertadamente se concentra em criar seu próprio mundo, ou melhor, trazer para as telas o já vasto mundo do game. Isso estabelecido, fica fácil aceitar todo o tipo de interação humano/Pokémon que o filme apresenta. E a animação capricha na criação dos monstrinhos, dos mais fofos aos mais monstros, todos gerando ótimas interações com os humanos e com o mundo, ao ponto de você esquecer de que se tratam de efeitos, e sim acreditar no mundo. A história é simples, o que é ótimo para as crianças acompanharem e não perderem os detalhes da trama, e ainda assim se impressionarem. Para os antigos fã da série, há um easter egg em cada esquina (perdão, não pude evitar a piada), a trama me fez lembrar muito o primeiro longa animado de 1998. Inclusive também há pequenas referências ao desenho animado, até mesmo uma com Reynolds cantando o clássico tema musical.

Reynolds entrega uma performance cativante como o ratinho elétrico, e sua parceria com o Smith gera diálogos divertidos, mesmo com o resto do elenco parecer sendo tirado de um desenho animado. Eu vi o filme na versão dublada, então deixo um parabéns ao usual dublador de Reynolds, 
Philippe Maia, dublando Pikachu. Smith possui bons momentos como o fio condutor da trama, e é ótimo tanto na aventura quanto em partes que exigem mais drama dele. E Kathryn Newton também apresenta uma personagem bem divertida, sua jornalista correndo atrás do furo para despontar na carreira. A parceria que ela e Smith formam também gera boas cenas, só senti falta de um final mais conclusivo para os dois.

E mesmo assim, Detetive Pikachu faz um trabalho digno da franquia, adapta e dá respeito a todos os mais variados monstrinhos (o Psyduck continua chato como sempre, é ótimo) e, dependendo de sua aceitação, gostaria de retornar à esse mundo em uma nova história.

Pokémon: Detetive Pikachu está em cartaz nos cinemas.
Trailer



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