(Crítica) O Exterminador do Futuro – Destino Sombrio



Por Beto Menezes

Se tinha uma franquia que durante todo esse tempo (irônico né?) lutou para se manter viva foi O Exterminador do Futuro. Desde a saída de James Cameron após “O Julgamento Final”, cada filme foi uma derrota. E o nível foi caindo cada vez mais, até chegar ao quase fundo do poço com o pavoroso “Genesys”. Mas Cameron retorna com a promessa de apagar tudo que foi feito antes e botar a história de volta nos eixos, agora com uma nova mão no volante mas ele dando as coordenadas. E por mais que seja bom ter Cameron de volta, parece que o próprio tropeça na vontade de fazer algo novo.
Cameron cumpre o que promete e segue a história após os acontecimentos do filme de 1991, com Sarah (Linda Hamilton) e John Connor (Edward Furlong) fugindo das autoridades. O “Julgamento Final” não aconteceu. Mas isso não impediu a realidade de criar um novo futuro onde a humanidade é massacrada por uma inteligência artificial e agora, nos dias atuais, um exterminador (Gabriel Luna) é enviado de volta ao passado para eliminar um novo alvo, a jovem Daniella Ramos (NataliaReyes) e como de praxe alguém também vem para protegê-la, Grace (Mackenzie Davis). Agora elas precisam unir forças para sobreviver à esse caçador implacável e manter a esperança do futuro.

À primeira vista a trama apresenta problemas, não nesse filme isoladamente, mas como ele fala com os dois anteriores. Parece que Cameron simplesmente joga tudo que foi incrivelmente bem construído fora em ordem de criar algo novo que pode levar a franquia por anos a fio, o que pode dar uma péssima impressão para os fãs mais ardorosos que levam os dois primeiros filmes no coração como clássicos da ficção. Mas se você conseguir abdicar de tal sentimento e aceitar essa nova premissa, “Destino Sombrio” se torna uma ótima diversão com grandes colheres de nostalgia.
A começar pela primeira grande sequência de ação, muito bem dirigida por Tim Miller e uma grande revisitada à famosa sequência da rodovia de Exterminador 2, com ação e perseguição de tirar o fôlego. E destaco também a situação social do filme, mudando drasticamente o palco do embate dos EUA para o México e tendo boa parte do seu primeiro ato todo falado em espanhol, uma descentralização bastante interessante. E também destaco a construção de personagens, onde temos um eixo formado por três mulheres fortes e totalmente senhoras de si. Se antes tínhamos a mulher como a progenitora daquele que viria a salvar a humanidade agora, em Dani, temos a mulher como a própria salvadora, aquela que está destinada a nos unir no futuro de caos. Mackenzie Davis também está ótima, forte e decidida, sua dinâmica com Dani e Sarah funciona muito bem. Mas a melhor interação é o retorno da dupla Hamilton/Arnold Schwarzzenegger.

O filme dá uma função muito digna e faz juz ao histórico de Connor e como ela, apesar da idade, se mantém lutando e ainda acreditando que não estamos livres da ameaça. E para evitar spoilers vou me limitar a dizer que a participação de Schwarzza está diretamente ligada à Connor.
“Destino Sombrio” cumpre o que promete: traz de volta a franquia para o devido lugar de destaque e a abre para novos horizontes e possibilidades, mantendo o pé em suas raízes, mesmo que possa ter comprometido o seu passado. Mas ainda assim, com certeza vale a conferida no escurinho do cinema.
O Exterminador do Futuro – Destino Sombrio está em cartaz nos cinemas. 
Trailer:


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Um comentário:

  1. Se é um filme que não ajuda também não atrapalha. James Cameron não soube criar originalidade de sua própria cria.

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